terça-feira, 4 de junho de 2013



 PRELÚDIO: TRÊS PEÇAS           


" Blééhh..Vim te salvar Adric!"
Ferido, o paladino Adric foi instruído a procurar ajuda de uma eremita, isolada nas florestas ao norte de Torchkeep. Em sua jornada, notou que estranhos mortos-vivos que já havia enfrentado na mesma batalha em que foi gravemente ferido, possuídos por algo maligno, contaminavam os arredores do forte. Em seu ímpeto, testou sua força contra tais vis criaturas, mas foi sobrepujado pelos números. Na certeza de sua morte, foi resgatado por um tigre branco.
Desmaiou. Ao acordar se deu de cara com uma entidade, que lhe indicou o caminho a ser seguido. A mulher lhe mostrou imagens de coisas que ainda não aconteceram, e coisas que estavam acontecendo em lugares distantes. Essas imagens lhe levaram ao encontro da bruxa Scarlett.

Scarlett refugiava-se em uma vila humana. Ao seguir um suspeito viajante para o interior da floresta, se deparou com uma ermitã. Negociando com a criatura, a bruxa aceitou um desafio para tomar posse de um livro élfico e assim aproximar-se do poder que almejara.

Ao estudar os escritos, foi posta em transe e confrontada por uma entidade estrelar que desejava vingar-se da bruxa. A poderosa entidade, que assumiu o aspecto de lembranças do passado da meio-elfa, ameaçava destruir a jovem bruxa. 
Esta foi salva graças a intervenção do paladino, que ao encontrar a jovem adormecida e com sinais de possessão, invocou seu Deus para exorcizar o mal que a prendia, mas nesse ato, foi levado a mesma arena em que a bruxa enfrentava a entidade estrelar: a mente da própria bruxa.

A batalha foi intensa, mas com o novo aliado, e o pacto realizado com outra entidade que habitava as sombras de sua mente, a jovem Scarlett derrotou o espírito astral e o baniu.

Acordando de volta ao mundo real, o paladino explicou sua sina, e como chegou até a bruxa através das visões mostradas pela mulher da floresta. Esta se apresentou pouco tempo depois, e convenceu a bruxa a partir com o paladino em busca de alguém que pudesse conseguir um dos ingredientes para a cura que Adric tanto desejava.

Não muito longe dali, Dahlia foi contratada especialmente para uma missão: acompanhar o líder de sua guilda em um furto ao anel de casamento de um lorde.
A ladina, com sua incrível habilidade de assumir a forma que deseja, facilmente se passou por outra nobre para se aproximar da noiva e conseguir o anel. Entretanto, ao conseguir furtar o item, foi traída por seu ex-líder e deixada para enfrentar a fúria do lorde.
Sua lábia a salvou de uma execução nas arenas dos guardas, mas por ordens do nobre, foi amarrada ao palanque de execuções da cidade para sofrer humilhação pública.

Nesse momento entretanto, a cidade foi invadida por orcs saqueadores, que pilharam e destruíram parte do lugar. Aproveitando a oportunidade que se apresentava, Dahlia se camuflou em orc para escapar, mas acabou sendo perseguida pelas ruas da cidadela.


Dahlia, camuflagem para fugir.
Com a distração, a bruxa e o paladino que chegavam nesse momento a cidade, adentraram os portões sem vigília e aproveitaram a situação para encontrar aquela indicada pela mulher em suas visões.

Ao encontrarem um orc, com roupas nobres humanas, fugindo dos guardas em direção contrária a do grupo de orcs, tiveram a sorte de encontrar-se com Dahlia e prestar socorro em livra-la dos guardas.

Juntos, abandonaram a cidade que se recuperava da invasão.

Na mata, Dahlia usou suas habilidade de infiltração para subtrair uma das folhas da Árvore-mãe, ingrediente necessário ao ritual que expurgaria o mal do corpo do paladino. O ritual foi realizado imediatamente e a maligna substância, removida. Adric estava curado. Notou-se que uma estranha aura deixou a ferida.. a mesma que possuía os mortos-vivos naquela região.

Nas ruínas, os aventureiros foram surpreendidos pelo líder dos orcs invasores, e uma dura batalha se deu início. Juntando suas forças, os três conseguiram derrotar os orcs, e foram recompensados com parte da pilhagem..

...e com o reconhecimento da capacidade que os três alcançaram juntos, uma sublime aliança se formou.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Breve histórico de Scarlett Ellanaren


Árvores altas e copas densas; troncos, folhas e frutos eternamente dourados e vermelhos, como o outono que nunca acaba, como o pôr-do-sol. Um clima nunca quente, jamais frio. Seu lar foi uma floresta de belezas e amenidades, um mundo paradisíaco, seu retrato de infância.

O templo era uma estrutura antiga que se fundia com a exuberante flora. Árvores cresciam em salões; o chão cedia às poderosas raízes, enquanto pétalas, flores e frutos perfumavam os aposentos.

Scarlett fora a única nascida ali. Sua mãe e seu grupo de companheiros pertenciam ao mundo de fora, o mundo da fome e da morte, o mundo das mentiras e traições, o mundo da guerra.

Eram clérigos e magos, estudiosos das artes ocultas, alicerces de uma aliança cujos elos deveriam ser inseparáveis. A floresta e seu templo guardavam segredos, mas a criança Scarlett, embora dotada de uma perigosa e precoce curiosidade, nunca teve muitas pistas das reais atividades naquele sítio.

Sua mãe era aquela a quem chamavam de Oráculo. Scarlett nunca conheceu seu verdadeiro nome e teve poucos vislumbres acerca da pessoa por trás do título.  Os habitantes do templo eram reverentes e muitas vezes temerosos em relação à autoridade.

O Oráculo.

Scarlett era tratada com imenso afeto por uns e evidente desprezo por outros.  Tanto por palavras veladas quanto por silêncios constrangedores, descobriu que seu nascimento originou-se de uma união forçada. Naquela época, pouco compreendia além do fato que seu pai machucara a sua mãe e era um homem sórdido. Naturalmente, era proibida qualquer menção ao assunto.

Os anos passaram e apesar da fria distância do Oráculo, Scarlett cresceu feliz em seu pequeno paraíso outonal. Foi rigidamente instruída e educada, apaixonando-se por livros assim que aprendeu a decifrar as primeiras palavras.

Certo dia, sua mãe pediu-lhe que fosse coletar algumas plantas de que precisava. A ordem era incomum, mas ninguém questionava o Oráculo. Scarlett, no entanto, passou a tarde em uma jornada vã.  Jamais encontrou as ervas.  Não era permitido passar as noites longe do templo, por isso voltou assim que os últimos raios de sol deixaram a floresta.

Enquanto pensava nas possíveis repreendas que receberia por chegar de mãos vazias, Scarlett notou que a trilha da mata que tanto conhecia parecia dar em lugar algum. Refez o caminho por diversas vezes até constatar que andava em círculos. O desespero a inundou, pois não conhecia o sentimento de estar perdida. Gritou por ajuda. Ninguém respondeu.

Ninguém jamais respondeu.

Três luas brilharam no céu antes que a floresta se abrisse para ela novamente. Os caminhos estavam mudados, mas não se pareciam com as vias que se acostumara a usar durante a vida toda. Cansada de permanecer no mesmo espaço por dias, seguiu em frente.

A vegetação e a fauna mudavam à medida que Scarlett se movia. Começou a sentir fome, pois as frutíferas árvores douradas, tão comuns em seu lar, eram cada vez mais raras. Experimentava emoções conflitantes: por um lado, tinha medo; por outro, estava encantada e ávida pelos novos ares, cheiros, cores e sensações.

A excitação com o novo mundo, todavia, cegou-a para os perigos que o acompanhavam. Quando o tempo chegou, teve fome, sede e apavorou-se com os sons de bestas desconhecidas caçando.

Chorou. Tudo o que queria era voltar para casa.  

A desolação quebrou sua vontade e pesou seu corpo. Após dias de caminhada, já sedenta, faminta e exausta, entregou-se ao cansaço, caindo onde estava.

Scarlett despertou, horas depois, em uma estrada. Era conduzida por um veículo peculiar, que futuramente viria a conhecer como “carruagem”. Havia um passageiro junto dela, um homem jovem e moreno, que carregava consigo bolsas que pareciam muito pesadas. Ele fez algumas perguntas à menina e disse que estava levando-a para um lugar seguro.

Um lugar seguro. Pensou. Sua ingenuidade jamais questionou tais palavras, especialmente porque foram ditas de forma tão gentil. Seu desejo mais pulsante era voltar para casa, mas um refúgio naquele momento seria recebido de bom grado. Ademais, ainda não compreendia a razão para a sua desventura. Teria sido banida por sua mãe? A busca pelas plantas seria um teste? Uma prova de sua dignidade?

O jovem e sua carruagem pararam em frente a um castelo de altas muralhas e aspecto acinzentado. A região era erma, com pouca iluminação. Scarlett não gostava do lugar, mas não viu razão para correr e nem teria forças para tanto.

O anfitrião era um homem de meia-idade, grisalho, muito branco, de feições fortes e nenhuma barba. Era polido e tinha os gestos comedidos. Sua fria contenção fez com que a menina se lembrasse de sua própria mãe.

O rapaz empurrou a meio-elfa e as bolsas que trouxera ao senhor do lugar. Após um breve diálogo, o moço virou-se em direção aos portões: estava partindo, para o desespero de Scarlett. Ela pensou em alcançá-lo, mas a entrada foi fechada com um estrondo.

Entre no castelo. Disse o anfitrião, sem expressão alguma.

Estava exausta e faminta. A água esquisita e a ração que seu condutor lhe oferecera não foram suficientes para aplacar suas necessidades. Precisava de água potável, comida e descanso. Naquele momento, trocaria sua própria vida pela satisfação dessas urgências e não discutiu com o homem. Aquela era a sua melhor chance de não morrer por inanição.

Devorou o que lhe foi ofertado: um jantar que, apesar de não se parecer com nada que conhecia (afinal, frangos não são criados em florestas), aparentemente não estava envenenado. Após a refeição, deixou-se cair na cama que lhe foi oferecida e dormiu até o dia seguinte.

O senhor do castelo não demorou a revelar suas reais intenções. Tão logo pareceu recuperada, Scarlett foi conduzida às masmorras subterrâneas. Acostumada à liberdade da floresta e ao contato com a natureza, a prisão de pedra era quase tão ruim quanto a morte.

Lá, deparou-se com seis crianças de olhos fundos e roupas esfarrapadas. Em sua prisão, descobriu que o homem, conhecido por Lorde Aldaren ou simplesmente “mestre”, aprisionava pessoas que demonstravam ter aptidões mágicas. Ele munia capangas com dispositivos de reconhecimento e aumentava gradativamente sua coleção.

              ***

Os anos seguintes foram um amálgama de tortura, sofrimento e aprendizado. Scarlett conheceu todas as etapas a que os prisioneiros de Lorde Aldaren poderiam ser submetidos.

Durante a primeira fase, os cativos tinham de passar por testes físicos e medição de seu potencial. Os que pereciam durante a experimentação eram considerados fracos e indignos. Os não satisfatórios, mas que porventura sobreviviam, tinham um fardo pior que a morte, pois tornavam-se cobaias dos laboratórios inferiores.

Os suficientemente resistentes e talentosos passavam à próxima etapa, tornando-se discípulos do “Mestre Aldaren”. Os rebeldes e inaptos voltavam às masmorras. Os melhores caíam em suas graças.

Scarlett cumpriu os requisitos para ser considerada aprendiz do mago, mas seu coração nunca se dobrou à vontade do tirano. Ela aproveitava a escuridão e os momentos de silêncio para investigar passagens e descobrir saídas. Certa vez teve um plano de fuga frustrado pela traição dos próprios companheiros. Compreendeu, finalmente, que não poderia haver espaço para amizade e confiança se quisesse sobreviver. Aldaren já havia imposto seu poder às suas ovelhas e era forte demais para ser resistido.

Nas semanas em que esteve enclausurada na cela mais profunda do castelo, o castigo pela tentativa de escapar, Scarlett teve a chance de se entregar à morte, mas decidiu seguir outro caminho. Prometeu a si mesma que jamais olharia para trás: deixaria no passado a menina da floresta que fora um dia. 


A representação de Scarlett nos anos que passou como cativa no castelo.

Quando deixou a escuridão da fria cela, já não via as coisas como antes. Observava e recebia o ambiente como uma recém-nascida, sedenta pelo mundo. Lorde Aldaren ganhou uma aluna obsessiva pelo aprendizado, com poucos escrúpulos e completa submissão.

Muitas estações foram deixadas para trás. Scarlett aprendera a linguagem das  estrelas, descobrira segredos ensandecedores, conhecera a ciência, as histórias, as lendas, as verdades e as mentiras por trás delas e suas razões. Essa obsessão por conhecimento e seu perfeccionismo trouxeram-na cada vez mais para perto de seu mestre.

Aldaren decidiu que já era hora de Scarlett ser iniciada. Ela possuía todos os conhecimentos necessários e estava cada dia mais segura do próprio poder. Sete dias antes do ritual, no entanto, Lorde Aldaren  recebeu uma visita inesperada. Nos corredores, a moça ouviu a palavra “demonologista” aos sussurros. Teve o ímpeto de espionar a conversa. A excessiva autoconfiança que havia adquirido ao longo do tempo nada fez para refreá-la.

Scarlett esgueirou-se por uma das passagens do castelo que descobrira no passado, quando tinha o hábito de buscar vias secretas e rotas de fuga. Era uma sala escondida que dava exatamente para o aposento de conferências. Deparou-se com uma figura peculiar: parecia-se com um elfo, mas sua pele era escura, seus cabelos eram prateados e seus olhos brilhavam com uma malícia palpável. Observou seu mestre. Os anos de profundo estudo sobre suas feições e modos  revelaram uma verdade chocante: Lorde Aldaren estava com medo. Tinha pavor do demonologista.

Scarlett esforçava-se para ouvir o teor da conversa, mas os homens estavam muito distantes de sua posição. Percebia, no entanto, que as palavras eram ameaças. Elas aumentavam em intensidade a cada minuto, até que a pressão fez Aldaren agir. Houve um estrondo e o estranho encontrou-se em meio às chamas conjuradas pelo anfitrião. O elfo escuro grunhiu imprecações e dissipou a magia, sem muito esforço.

O júbilo que Scarlett sentiu ao notar a expressão de desespero em seu senhor durou poucos segundos. Um fogo negro surgiu do chão, para abraçar a figura outrora intocável, inatingível e indestrutível. Ali, seu mestre não era nada além de uma tocha humana, agonizante, capaz de berrar tão alto quanto as vítimas de suas torturas.

A meio-elfa, sem tempo para comemorar qualquer vitória e com um senso de urgência pulsante, deixou o lugar, temerosa por sua vida. Foi quando o demonologista materializou-se em sua frente, portando uma mão humana com esquisita naturalidade.

Milady, poderia me dizer onde fica a sala de tesouros? Lorde Aldaren teve a bondade de aceitar abrir a porta para mim – Indicou a mão. -  mas o restante dele está um tanto ocupado no momento.

Scarlett passou as coordenadas da sala, incrédula, apenas para ver o elfo acenando e sorrindo antes de se dissipar em fumaça.

***

Aquele foi um longo dia. Tão logo constatou que Lorde Aldaren consistia meramente em uma pilha de cinzas, Scarlett tratou de libertar os prisioneiros e intimidar os que ainda eram leais à autoridade do mestre. Olhou os portões abertos, um convite à tão sonhada liberdade...

Então virou-se para o castelo e trancou o portão por dentro. Havia uma biblioteca inteira para ser estudada.


Scarlett, a bruxa.


Observações e Curiosidades:

1) A mãe de Scarlett detestava a cor dos cabelos da filha, que eram negros como a penugem dos corvos (provavelmente porque a menina herdou os cabelos do pai). Por isso, fazia com que as aias pintassem constantemente os fios da menina com uma tonalidade  avermelhada

2)  Com o tempo, Scarlett passou a acreditar na teoria do banimento por parte de sua mãe. Ela sequer descartou a possibilidade de ter sido enviada diretamente para Aldaren, embora ele nada tenha mencionado a respeito. Todavia, essa pode não ser a realidade dos fatos. Existe a chance de que o Oráculo tenha afastado a filha para protegê-la. Talvez tenha previsto uma invasão inevitável. Ou quem sabe tenha desejado defender a filha de si mesma e de seus companheiros no templo. Afinal, eu nunca disse que eles eram os “mocinhos” da estória.

3) Scarlett anulou-se como pessoa para poder  viver sob as ordens de Aldaren sem enlouquecer. Parte do comportamento assumido durante esses anos, no entanto, passou a fazer parte da sua real personalidade.

4) Scarlett quase realizou o pacto estelar, mas a morte de seu senhor a impediu. Depois dos últimos acontecimentos, ela deixou os conhecimentos astrológicos de lado, pois, internamente, repudiava tudo o que vinha do homem. A Demonologia, por outro lado, seduziu-a por inteiro, tanto com vislumbres de tratados sobre o assunto durante seus estudos quanto com a demonstração, em primeira mão, do poderoso drow.

5) Dizem que seu nome lhe foi dado pela aia Dora, humana já de certa idade que trabalhava no templo. Ela foi responsável por grande parte dos cuidados com a menina e tem, provavelmente, mais importância para Scarlett que sua própria mãe.

6)  Apesar de guardar decepções e amarguras em relação ao Oráculo, intimamente guarda o desejo de retornar para a floresta dourada.

7) Nas fases principais de sua existência, ou Scarlett viveu em uma floresta longínqua ou esteve presa no castelo de um bruxo insano. Por isso, seu convívio numa sociedade normal é basicamente nenhum. Tudo o que sabe foi fruto de pesada instrução e de exaustiva leitura. Dessa forma, não faz ideia do que é ser meio-elfa numa sociedade humana, já que sua convivência realizou-se em microcosmos fechados e nunca houve muito alarde sobre sua miscigenação.

8) Scarlett, após certificar-se de que o drow já havia partido, explorou a propriedade para fazer uma avaliação acerca dos itens levados e deixados. Concluiu que o drow levara tudo o que existia na sala de tesouros. Ele também não deixou a biblioteca intocada. Scarlett notou a falta do “livro proibido”, que era guardado com o zelo mais exagerado por Aldaren.


9) Após dias de frenética leitura na biblioteca, sem comer ou dormir, Scarlett decidiu que era hora de deixar o castelo. Sua intuição lhe dizia que, em pouco tempo, a fortaleza não seria mais um refúgio seguro.


Créditos

Imagens tiradas de: 


quarta-feira, 29 de maio de 2013

                         ADRIC

Jovem Adric, e sua origem nobre.



Adric é o quarto filho de um duque (filho bastardo, com uma servente elfa). Foi criado como um membro da família e como todo filho de nobre, foi instruído na arte da palavra escrita, instruções militares, cavalaria e religião.

A instrução na religião o fez adotar o Deus Pelor como seu patrono divino, e o fez seguir o caminho do clericato. Entretanto, após anos em igrejas, decidiu que o mundo precisa mais de ações do que orações .. tornou-se um defensor dos fracos, e decidiu dar sua vida e seu corpo a Pelor, para que o fizesse de seu instrumento divino, não apenas nas palavras que iria disseminar, mas nas batalhas que travaria em nome de seu Deus: seria um paladino. Ele foi untado com os ritos de Pelor, e deixou para trás seu sobrenome nobre (escondendo sua herança nobre, e consequente origem bastarda).

Adric: Patrulha em seus primeiros dias na Ordem.
Este guerreiro divino tem uma filha (gerada antes de descobrir sua vocação divina com uma lavadeira humana .. a menina atualmente vive em um monastério) e costuma geralmente pensar que deve deixar um legado para a jovem, assim como um mundo no qual ele a veria feliz em viver.

Seu conhecimentos militar e de combate se originam de seu treinamento nobre. Tem certa etiqueta e diplomacia pelos mesmos motivos, e igualmente sabe ler e escrever, coisas raras entre a plebe. Com o abandono de seu prestigioso sobrenome (e consequente abdicação a qualquer favor político, ou interesse financeiro nos bens da família), Adric pretende mostrar que toda ajuda de que precisa para ser alguem de valor vem unicamente de sua fé e devoção.

Suas características hereditárias de meio-elfo são facilmente percebidas, e mesmo com a estigmada origem bastarda que o segue, tem orgulho de seus traços e de ser uma ponte entre as duas raças. Possui um rosto marcado por algumas cicatrizes, além de muitas delas em seus braços (conseguidas pelo treinamento militar).
O combate contra o Cavaleiro do cavalo negro..

Seu fanatismo religioso, e vigorosas tentativas de mostrar ao mundo as maravilhas de Pelor chegam a torna-lo arrogante e petulante, embora tenha um profundo respeito pelo divino e seus Deuses (mesmo os malignos).

Recentemente foi convocado a erradicar um culto aos mortos, mas foi ferido gravemente em combate. 
Ruma agora ao forte Torchkeep, em busca de auxílio de outros paladinos..

E assim a lenda tem início..

terça-feira, 28 de maio de 2013

Região – Breland



O reino de Bredland é conhecido por sua fartura em alimentos e materiais confeccionados a partir de madeira e couro. Suas terras ricas em minerais trazem aos seus senhores riquezas e prestigio na tríplice aliança com Zilargo e Dargun.

O clima da região é úmido e relativamente quente, com chuvas freqüentes e poucas semanas de frio no ano. A posição geográfica é estratégica, ficando em fronteira com os reinos inimigos.

Um dos fatores responsáveis pela alta produção de alimentos é a utilização de mão de obra escrava adotada neste reino e disseminada para toda aliança. Inicialmente Zilargo e Dargun não adotavam tais práticas, no entanto, a pressão do rei Lórdron, foi fator decisivo para aceitação dos outros reis.

Lórdron é conhecido por sua maldade com aqueles que não considera iguais, levando sua mão de ferro e impiedade a todos os vilarejos e cidades da região que ousarem contrariá-lo. Nem sempre foi assim, houve uma época em que não havia escravos e o reino era liderado com justiça e glória, mas quando a mãe de Lórdron, a Rainha Rivel foi assassinada, algo mudou no pequeno príncipe Lórdron e assim desde a morte de seu pai, Breland é governada somente para humanos. Dizem que os rebeldes eram formados por Meio-Orcs, Meio-elfos e Anões Bastardos, sendo esse o motivo para o ódio do rei.

Apesar da grande maioria dos templos serem destinados a adoração de Pelor, o reino já não goza da mesma luz que outrora amaciava as gramas verdes e pastos gigantescos.

A medida que o tempo passa as poucas semanas de frio vão se tornando meses e o  povo de Breland teme pelo abandono de seu Deus.

Dahlia Vinland: Prólogo.

Astrea era uma sacerdotisa de Sehanine e cultuava a lua e o amor em uma pequena vila élfica chamada Latria. Possuia um filho e uma filha. O primeiro, Garland era um guerreiro extremamente habilidoso treinado em artes assassinas e devotado em proteger a vila, sua mãe e sua irmã. Dahlia, no entanto, desde pequena foi poupada de aprender sobre batalhas e dedicava-se mais ao aprendizado de artes, principalmente danças, e era uma das principais dançarinas nos cultos a Sehanine. Dahlia sempre gostou muito do irmão e se entusiasmava muito com suas habilidades pedindo frequentemente para que ele a ensinasse a lutar, sem muita alternativa, Garland dava algumas aulas escondido de sua mãe e aproveitando as aptidões corporais e destreza de sua irmã.


Astrea - Sacerdotisa de Sehanine


Os três formavam uma família muito unida e eram os únicos humanos a morarem nesta vila. Aos 17 anos, Dahlia é pedida em casamento por Gwyn, por quem já era apaixonada há mais de dois anos, o casamento ocorreria em breve, seria um grande acontecimento, todos na vila estavam muito exaltados, e casamentos são grandes celebrações do amor quando se trata de seguidores de Sehanine. Tudo estava perfeito, a lua crescente no céu expressava o sorriso da Deusa do amor e abençoava a ocasião.

Astrea organizava a cerimonia no templo, enquanto toda vila aguardava Dahlia que realizaria sua última dança sozinha, no alto da colina, iluminada apenas pela lua, bailaria em transe durante horas em maneira de produzir um estado de comunhão com a Deusa antes de se entregar ao amor de seu amado.

Dahlia se concentra em sua dança e percebe que mais do que uma reorganização simbólica ela sente seu corpo se desorganizar, já havia sentindo este fenômeno outras vezes, mas nunca tão intenso. Estas sensações novas a deixavam com receio, mas havia também muito prazer nisso, uma naturalidade indescritível e que parecia esquecida. Na medida em que perdia sua forma, uma sensação de vertigem tomava conta mas era contida pela excitação de uma perspectiva de possibilidades infinitas. Aos poucos, deixava a confusão de lado e se entregava a este caos corpóreo de intensidades, foi uma sucessão de instantes divinos, encontrara realmente a Deusa, e neste momento, um Eu, um corpo, uma consciência, não importam em relação ao infinito da divindade.

Ao fim de seu baile, deitada na grama da colina, contemplava a pele pálida de sua nova forma, e no entanto, sentia como antiga, como verdadeira... Um misto de terror e deslumbramento coloriam o tempo. Interrompida por um cheiro de fumaça, Dahlia, em instantes volta a sua forma humana e corre em direção a vila apenas para encontrar, todo aquele cenário que conhecia desde a infância, em chamas.
Um desespero surreal toma conta da noiva “-Isto não pode estar acontecendo, a Deusa ainda está me fazendo sonhar?”

Dahlia corre em direção ao templo, rastros de sangue e membros destroçados guiam o caminho, a todo o momento se esforça para não desmaiar ao reconhecer pelos pedaços seus amigos de infância, seus professores, seus vizinhos...

Ao subir as escadas do tempo, a primeira imagem a se formar no horizonte é a de sua mãe, ela está erguida ao alto, apenas ao continuar subindo pode-se perceber que Astrea ocupava a ponta de uma gigantesca espada e era empalada por um grotesco guerreiro em armadura cor de vinho, que arremessa a sacerdotisa em direção as escadas de encontro a sua filha que corre para tentar ajudar a mãe.
Neste momento, Grahf, olha em direção as duas e por debaixo de seu elmo assustador, uma voz ainda mais assustadora pronuncia:


Grahf - Seeker of Power


-Pela sua cara de desespero parece que encontrei meu alvo, depois de 17 anos...como é difícil matar um transmorfo, você me obrigou a matar todos estes elfos apenas para te encontrar, um efeito colateral mínimo, não é, minha filha?

Dahlia se recusava a acreditar no que estava acontecendo, em prantos, revelava sua forma original, sem controle, assustando Gwym, que estava sendo carregado pelo pescoço por Grahf. Com muito esforço, Gwym consegue sussurar algumas palavras:

-Seu Pai? Meu amor, o que está acontecendo? O que houve com seu corpo?

Abraçando sua mãe semimorta, Dhalia não parava de chorar, não sabia o que fazer, tudo parecia estar fora de controle, sua voz, seu corpo, seu mundo.

Gwym tenta conjurar uma chama poderosa na tentativa de se livrar de Grahf, mas este parece imune e devolve o fogo ao conjurador que começa a se contorcer em chamas para em seguida ter o pescoço esmagado pelo punho de seu agressor separando sua cabeça de seu corpo flamejante.

Astrea começa a fazer algumas preces irreconhecíveis na medida em que Grahf se aproximava para dar o golpe de misericórdia. O guerreiro, com um chute afasta Dhalia de sua mãe e a arremessa em direção as escadas. Grahf retira sua espada encravada em sua antiga amante e ameaça desferir um último golpe quando é interrompido por Garland, já muito ferido, pula sobre o vilão e monta-o sobre seus ombros e começa a desferir uma série de golpes com uma adaga e que pouco parece funcionar contra a armadura impenetrável de seu adversário. Neste instante Grahf pega Garland pela cabeça com apenas um punho e o arremessa ao chão, realizando em um só movimento um ataque com sua espada que esmaga se atacante imediatamente, fazendo com que seus pedaços sejam lançados em direção a sua irmã, que neste instante vinha correndo em vão na tentativa de conter seu pai.

Grahf dispara uma bola de fogo em direção a Dhalia que tenta esquivar mas é atingida no braço que queima brutalmente. Ao cair no chão, ainda gemendo, se depara com um risco prateado no meio da escuridão, a lâmina de seu pai atinge de raspão o seu olho direito e sua visão enrubesce. Dhalia começa a escutar a voz de sua mãe e corre em sua direção recebendo uma série de cortes em suas costas e pernas desferidos com uma velocidade sobre-humana e que espantosamente parece não incomodá-la. Ao chegar próximo de Astrea, a filha reconhece as últimas palavras de sua mãe como uma prece que inunda Dhalia de um brilho prateado na medida em que a própria lua parecia brilhar mais forte. A sacerdotisa usa seus últimos momentos para conceder a filha uma benção que poderá dá-la alguma chance de sobreviver. Em seguida, despede-se da filha e abraça definitivamente os braços da Deusa.

Dahlia, abençoada pelo amor de sua mãe, da Deusa, de seu irmão, e de seu noivo, avança em direção ao seu pai, recolhendo a adaga de Garland no chão e usando-a para atacar vigorosamente o vilão. A lâmina da adaga, inexplicavelmente consegue romper as defesas de Grahf e perfurar sua garganta, levando o gigantesco guerreiro ao chão, sem vida.

Dahlia, ainda em cima de Grahf, recupera sua forma humana e começa a sentir a gravidade de seus ferimentos, terminando por perder a consciência.

Dias depois Dahlia acorda em uma cabana, Selen e Yurt são os moradores e parecem ter cuidado dela, eles começam a fazer uma série de questões em relação ao ocorrido em Latria, Dahlia não possui muitas lembranças e as poucas que existem estão confusas, O casal não parece acreditar e começam a culpá-la pelo ocorrido, neste momento, a voz de Dahlia começa a mudar, uma voz masculina se faz presente, a voz de Garland:

-Vocês podem me culpar a vontade, não aliviará a culpa de vocês, um casal que vive de saquear aldeias e vender escravos, não há nada mais perverso e condenável do que a escravidão e eu sei que vocês me mantiveram vivo até agora apenas por que já conseguiram negociar minha liberdade!

Yurt: -Mas como? Tomamos sempre cuidado para que você continuasse dormindo enquanto negociávamos!

Dahlia/Garland: - Nem por isso eu deixei de ouvir... Mas mais do que isso, eu não sou estúpido, esses grilhões, essas rações, equipamentos usados, tudo isso me levou a deduzir, e então, eu apenas tive que blefar...

Selen: -Não sei que tipo de bruxaria é essa, mas com um corpo masculino talvez você até valha mais no mercado, uma pena que tenhamos que sacrificá-lo agora...

Ao anoitecer, Dahlia acorda e encontra seus anfitriões mortos e a porta destrancada, chocada: -Quem poderia ter feito isto com eles? E por que me poupariam? O que está acontecendo?

Dahlia decide assumir a forma de Selen e partir para cidade mais próxima.

                                       
Dahlia - The One Who is Torn Apart

Trivia:

-Grahf era um transmorfo obcecado por poder que pretendia sacrificar sua filha após o nascimento para forjar um pacto com um Deus desconhecido. Obrigando Astrea a fugir com sua filha e se esconder em Latria.

-Garland, filho de Grahf e Astrea, era um assassino renomado que decidiu abandonar a carreira ao saber da situação de sua mãe e dedicar-se a proteger Dhalia.

-Garland e Astrea são humanos, Garland, tecnicamente, seria um meio-transmorfo, mas não herdou a capacidade de se transformar.

-Dahlia, após o episódio do dia do casamento, suprimiu boa parte de suas memórias, seu ódio e tristeza, rompendo sua personalidade em duas. A personalidade Dahlia, sabe o que aconteceu, mas não acessa os afetos e sentimentos envolvidos, ela possui um entendimento pobre e racional acerca do acontecimento e desconhece a personalidade Garland. Ela sofre pelos acontecimentos, sente as perdas, mas não lembra dos detalhes mais brutais. Em alguns momentos, a personalidade Garland assume e muda o corpo para a forma do irmão, Garland é onisciente em relação ao restante da personalidade e guarda todas as memórias e sentimentos e tenta proteger o restante do Eu de ter que encará-las.

-Dahlia, por conta das circunstâncias se tornou cada vez mais irônica e sarcástica como uma forma de lidar com parte de suas dores e a permite ter certa sagacidade e jogo de cintura em relação ao mundo.

-A persona Garland, embora forjada para parecer o irmão, justo e protetor, frequentemente se comporta como Grahf, cruel e manipulador, como forma de extravasar a agressividade e ódio contidos de Dahlia.

-Na medida em que Dahlia se desenvolve ao longo da história, ela consegue assimilar melhor os acontecimentos e resgatar suas memórias elaborando-as de uma forma mais madura, e, assumindo seu ódio, consegue cada vez mais enfraquecer o rompimento, incorporando as características de Garland como suas e totalizando sua personalidade.

-Dhalia, em sua forma original, possui o braço direito marcado por queimaduras, uma série de cicatrizes e marcas nas costas e nas pernas e uma cicatriz na região do olho direito que atravessa o rosto verticalmente.


Dahlia/Garland


Dahlia

Dahlia 

Primeiros relatos ~